quarta-feira, 18 de julho de 2012

[Literaprosia] O pequeno príncipe

Capa

O Pequeno Príncipe devolve a cada um o mistério da infância. De repente retornam os sonhos. Reaparece a lembrança de questionamentos, desvelam-se incoerências acomodadas, quase já imperceptíveis na pressa do dia-a-dia. Voltam ao coração escondidas recordações. O reencontro, o homem-menino. Pela mão do pequeno príncipe, recupera a meninice abrindo uma brecha no tempo, volta a sentir o perfume de uma estrela, a ouvir a voz de uma flor, a ver o brilho de uma fonte, escutar os guizos das folhas batidas pelo vento. Quebra-se por momentos a crosta que generaliza o outro em todos e torna as coisas comuns e iguais para se descobrir os carneiros dentro das caixas, os elefantes dentro das serpentes. Uma leitura inesquecível para todas as idades.

                Um avião sofre uma pane e o piloto se vê sozinho, no meio de um deserto, tentando consertar o motor. De repente, uma criança aparece e pede: “Desenha-me um carneiro”. Assim começa o relato de um garoto cheio de sonhos e fantasias: o pequeno príncipe. O menino fala de um rei que pensava que todos eram seus súditos, mas não tinha ninguém por perto; um geógrafo que se dizia sábio, mas não conhecia a geografia do próprio país; um bêbado que bebia para esquecer a vergonha que era beber; uma rosa que se dizia única, mas que era igual a tantas outras; e vários outros personagens cheios de simbolismo.

             O livro, escrito e ilustrado por Antoine de Saint-Exupéry, aparentemente simples, te convida a um mergulho no próprio inconsciente em busca do mistério escondido em nossa alma. De repente, redescobrimos aquela criança escondida em cada um de nós e passamos a questionar as coisas mais simples da vida. Este não é um livro apenas para crianças, como você pode estar pensando, mas passa uma mensagem de infância, a qual você logo reconhecerá.

               Destaco o encontro do principezinho com a raposa, em que ela lhe passa o belíssimo ensinamento: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”. E se você não se interessa pelas belíssimas palavras e ensinamentos contidos nestas poucas páginas... Deixo que o pequeno príncipe te responda: “Tu não és um homem de verdade. Tu não passas de um cogumelo”.

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